Pesquisa Fotógrafos

Pierre Verger

Pierre Edouard Leopold Verger, importante fotógrafo, escritor e antropólogo, nascido em Paris em 4 de novembro de 1902, filho de uma rica família belga-alemã, não segue as convenções sociais e não corresponde às expectativas de sua classe social. Após a morte da mãe, ele não vê razão para ficar em Paris. Ele decide viajar pelo mundo, descobrindo lugares distantes de sua realidade cultural. Ele chegou à Bahia em agosto de 1946 e desde então tem dedicado sua vida ao estudo das fortes e complexas relações entre a África e a Bahia. Realizou extenso trabalho etnológico retratando as pessoas, seus costumes e, principalmente, as religiões afro-brasileiras. Na época, tornou-se professor da Universidade Federal da Bahia em 1973, em Salvador seu trabalho lhe rendeu o doutorado em etnologia pela Universidade de Paris na Sorbonne e o título de Babalaô do Candomblé no Daomblé, o agora país Benin, onde assumiu o apelido religioso de Fatumbi, que em iorubá significa algo como "Ifá me trouxe de novo ao mundo".

https://lh3.googleusercontent.com/6jPfw98imbRrKzaH7pt9e3kIzzsEF8Qqg64ZJjfeA6hyyo9WeNKnz378J5wSaJOQ69PX5I41T4wcI5jjxfUtoASWXo89v87d73_7KS7Lfiy2J57XDSZrPQD2I-chC1qnJMCe1hP3MVI

Sikasso - (Malin) 1936

Essa foto foi escolhida pois é perceptível a influência do surrealismo, uma característica do trabalho inicial do artista, podendo-se perceber que a moldura e a composição mais o evidente contraste de luz e escuridão fazem com que as rochas se destaquem com o aspecto humano: cabeça ,face e parte superior do corpo.

https://lh6.googleusercontent.com/bLBL6Jt25V8fxitQttP9w0ioQoDa2qR3aZlVo6iVgLFFgTlIfQ9psWsn6E0N3dgM-YWXiERaBO57IdZrcTYta6I0c25pUnqZwVLfk23ADGwxMPkxT_sNz9dzWZp0vWLu7iJQaee0y1Q

Initiation, Candomblé Opo Aganju, Salvador, Brasil, 1972 - 1973

A foto foi escolhida por ser um exemplo abrangente das principais características do trabalho de Verger: registrar um estilo de vida completamente diferente de sua realidade cultural original; usar luz e sombra em fotos em preto e branco; a centralidade e relevância da história, dos costumes e, principalmente, da religião praticada pelos povos Iorubá e seus descendentes em suas pesquisas e obras; a Bahia, local em que o espírito nômade de Pierre Verger resolveu se fixar, tendo inclusive se naturalizado brasileiro) e pela relação singularidade no modo de retratar as pessoas encontrados nas obras de Cláudia Andujar e Otto Steinert.

Otto Steinert

Fotógrafo alemão, Otto Steinert nasceu em 1915, em Sarbruque, e morreu em 1978, em Essen. Foi um autodidata no âmbito da fotografia. Formado em medicina, foi médico na Segunda Guerra Mundial. Ao retornar do conflito, buscou estabelecer e profissionalizar sua fotografia. Tornou-se professor de Fotografia no Colégio de Artes de Saarbruecken e, em 1952, diretor desse estabelecimento. Foi um dos fundadores do grupo Fotoform, considerado o primeiro movimento de fotografia criativa internacional do pós-guerra.O nome do grupo é uma referência clara à sua adesão ao formalismo, obtida por meio de enquadramentos ou pontos de vista incomuns, subvertendo aspectos técnicos de foco e exposição ou pela manipulação de processos de câmara escura, enquanto seu compromisso com a fotografia "subjetiva" é um afastamento da "objetividade" e uma nova direção em direção à expressão pessoal. Em 1951, organizou a primeira de três exposições sob o título de “Subjektive Fotografie” (fotografia subjetiva), que explorava as potencialidades criativas e técnicas da fotografia.

https://lh5.googleusercontent.com/v6gBIQsRh5Jr-83Y1djihP_FnN8rHmmSjSZTrxvFTauftq-BQKFrKwIoADRwnBeUMO97er4gr9xTOZ23ZGcLiQOcQ41MoHEG8NgfxCcBDYybYtzlfXILPWVFEk0HK5VNjJHUKrYcMDk

Maske einer Tänzerin, 1952

Essa obra apresenta a técnica do matriz-negativo em que as áreas claras do negativo se converterão nas áreas escuras da ampliação, enquanto as escuras do negativo se tornam claras na ampliação. Essa técnica também era utilizada pelos outros fotógrafos do grupo. Além disso, a foto apresenta algumas características do seu trabalho como as imagens desfocadas, brincadeiras com os efeitos da luz e sobreposições de negativo.

https://lh5.googleusercontent.com/CXKvjqer3xGTQzsvXdQlMO1nA0SJ0Tz8Q2DzGZUp4hxWtXQsp0BzBu180MphbdY0p4tZwdFEwZPxh90npj9Qo0igq7ydF-kkW7cW4y0hOeAa5jd8agtui4D7ICp2ExHhaq06WZhtLWE

Die Bäume vor meinem Fenster

Steinert encarava a fotografia como uma autorreflexão criativa, em que a realidade apresentada perde o seu significado original e se transforma numa forma metafórica. Essa fotografia, à primeira vista, parece mãos de monstros saindo da terra. Algo meio macabro, retorcido e enrugado. Mas, depois, é possível perceber que são apenas galhos e troncos de árvores desfolhadas se projetando a partir da terra. O contraste forte das árvores mais escuras e o fundo mais claro reforça essa ideia de “monstruosidade”. Tal aumento de contraste, assim como o gosto por preto e branco e o rigor pela forma são características do estilo bem marcado de Otto.

Claudia Andujar

Cláudia Andujar nasceu na Suíça em 1931, viveu na Hungria com sua família paterna de origem judaica, migrou para os Estados Unidos diante de perseguições aos judeus, onde se formou em Humanidades e trabalhou como intérprete da ONU. Em 1955, foi para São Paulo, de encontro à sua mãe e naturalizou-se brasileira. Iniciou sua carreira de fotógrafa no Brasil e em viagens pela América Latina, como forma de expressão, já que não falava a língua local. No Brasil, se dedicou à fotografia que retratava a cultura indígena, para se aprofundar no assunto mudou-se de São Paulo para o Amazonas. Em 1974, por meio de uma bolsa que recebeu da Fapesp prosseguiu sua carreira, fotografando, em especial, os índios Yanomamis, unindo sua arte à política por participar de lutas ligadas aos direitos de tal povo, retratando a cultura, costumes, rituais e realidade dos Yanomamis. Ela possui foco na fotografia documentária e social, realizando-as geralmente com fundo neutro, com intervenções de luz e granulações.

https://lh5.googleusercontent.com/7vbkxIA9qH1OzgbmUK2UkzKag74BZzVhwpAD3VMtz2jNx_tO1xlLizXNUoqJQe3wUKWiwhvYNjPUHNkNQ-0LMJeFcaEXN9eKtVb8guEwUbLgpwlcKUiR35wXe3rHuiUAYG96j3HC920

"Sonhos Yanomami": delírios do alucinógeno yãkõana

Em convivência com os Yanomamis, experimentou o pó alucinógeno yãkõana, que apenas homens utilizavam em rituais, desta experiência a fotógrafa teve a ideia de realizar a série de fotos chamada “sonhos yanomami” de 1974 a 2003, por isso escolhemos essa foto para representar toda a sua história de interação com a cultura indígena e por ter a presença de luz e sombras marcantes, dando a impressão de ser algo místico. Inclusive me fez lembrar do filme Avatar rsrs.

Da série A Sônia, São Paulo, SP, c. 1971

A escolha desta outra foto, foi feita por apresentar semelhança de técnica com a fotografia de Otto. E por representar a figura feminina de uma forma diferente e subjetiva, com a duplicação do corpo e com a presença de filtros que remetem a radiografias. A foto foi realizada em 1971 e nela está presente a modelo baiana Sônia.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Intervenções sobre o percurso

Performances Transmitidas- Vídeos Finais