Filmes: Marina Abramovic (2012) e Pina (2011)
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Marina Abramovic: A artista é presente (2012) |
Com relação a Marina Abramovic,
eu já tinha conhecido o trabalho dela há cerca de três anos, em um site que
falava sobre curiosidades e citava a performance Ritmo 0, na qual ela permitiu
que os espectadores usassem 72 objetos no corpo dela por seis horas, mas eu não
sabia que era ela quem tinha feito e atuado nessa performance, descobri quando foi
citado no filme. Nesse contexto, eu achei o filme dela muito interessante, ele
tem um caráter bem puxado para um documentário, como eu já imaginava por ter o
nome dela e, em resumo, mostra o processo do que foi, provavelmente, a maior
exibição dos trabalhos da artista. Já no contexto do filme assistido, eu achei
muito interessante como é abordada a interação entre corpo, espaço e público, a
todo instante é mostrado que se não houver o equilíbrio entre os dois
primeiros, a performance não vai prender a atenção do público, que provavelmente
passará direto ou ficará entediado. Fiquei um pouco triste por terem dado mais
destaque para apresentação dela na cadeira, mas pesquisei e vi mais sobre as
outras na internet. Em um sentido mais relacionado a aula de AIA, gostei muito
da questão de a performance ser reproduzida por artistas jovens e intrigante
como tiveram uma preparação muito diferente do convencional no meio artístico,
não foi simplesmente um ensaio de passos, eles realmente tiveram que conduzir a
mente deles, mas não para captar a essência da artista, e sim para conseguir
conectar com a própria essência deles, só assim conseguiriam realizar a
performance, ou seja, teve uma instrução muito mais "abstrata" e, ao meu ver, muito mais
difícil, do que eles precisavam para conseguirem conectar-se com a peça. Outra
questão muito interessante foi a separação e, ao mesmo tempo, a junção, da
artista e da pessoa (do sentimento), haja vista que era necessário ela
desligar-se de si como figura sentimental para conseguir ser a melhor artista possível
e o que transmitia a conexão do olhar e das expressões dela com os espectadores
eram as vivências que teve em sua infância e posteriormente em seu relacionamento.
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Pina (2011) |
O filme Pina (2011), foi um pouco
entediante de assistir, pois, basicamente, era necessário traçar o perfil “psicológico”
da Pina com base nas performances e nos comentários dos artistas que foram
alunos e amigos dela. Nesse sentido, ironicamente, mesmo se tratando de um
filme com muitas músicas e danças eu achei um pouco parado, sem nenhum
acontecimento relativamente surpreendente ou que prendesse a atenção, o que
teve muitas vezes no filme da Marina, talvez se tivesse um número maior de danças
no decorrer do filme esse “problema” fosse resolvido, me senti mais vendo uma
homenagem do que propriamente dito um filme sobre a carreira dela, talvez o
objetivo até seja fazer uma homenagem, o que justificaria esse meu sentimento
com relação ao filme. Uma das performances que eu mais fiquei curiosa para ver
até o fim foi a da música O Leãozinho do Caetano Veloso, mas só teve um pequeno
trecho dela ☹. Nos primeiros 30 minutos até que foi fácil prestar a
atenção nele e ficar curiosa para entender um pouco mais sobre a coreógrafa,
mas depois por vezes me vi pensando em outras coisas e tive que voltar o filme na
parte que eu estava realmente concentrada. Enfim, como deu para perceber não
foi meu filme predileto rsrsrsr, mas sobre o filme em si, o que eu entendi
sobre a personagem é que ela era uma pessoa tímida que conseguiu “por para fora”
quem ela realmente era por meio da dança, sendo que, as coreografias dela
tinham uma característica muito marcante com relação ao choque no espectador,
eram muito inusitadas, e com movimentos rápidos e fortes. Já com relação aos
artistas que trabalharam e aprenderam com ela é muito notória a admiração deles
por ela, todos citam como ela mudou a vida deles e como ela era uma dançarina
excepcional. Por fim, com relação às aulas de AIA, esse filme aborda a questão
das instruções de um modo bem diferente do filme da Marina, pois nele é
necessário um ensaio dos passos diretamente com a coreógrafa, até porque são
mais movimentos e todos eles têm que ser muito bem executados para passar a
dramaticidade que a coreografia exige, claro, é preciso por sentimento no momento
de realizar os passos, mas são “peças” em que o ensaio milimétrico é, posso
estar falando besteira, mais importante
que a atuação, ou seja, o movimento dos corpos, a dança, é o que tem de
predominar na peça e prender a atenção do espectador. Achei curioso quando a
dançarina mais velha, que foi aluna da Pina, disse que convenceu ela a
participar da coreografia das cadeiras, pois mesmo que ela tentasse várias
vezes ela não conseguiria reproduzir tão bem aqueles passos.
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